Os que erraram ao votarem pelo impeachment se unem a Lula pela garantia da democracia e contra o fanatismo ultraconservdor

Um dos mais importantes fundadores do PSDB e ex-governador de São Paulo por quatro mandatos, Geraldo Alckmin deixou o partido em dezembro passado após 33 anos de militância tucana e filiou-se, no último dia 23 de março ao PSB, selando a vaga de vice-presidente na chapa encabeçada pelo líder petista, Luís Inácio Lula da Silva.

“Não tenho dúvida de que o presidente Lula, se Deus quiser, vai reinserir o Brasil no cenário mundial, alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e diminuir essa triste diferença social. O Brasil precisa ser bom não só para alguns, mas para todos.”

Geraldo Alckimin

Adversidade justifica unidade – Adversários em outras disputas eleitorais, ambos têm no discurso a proposta de “reconstrução do Brasil”, face ao desmonte do Estado provocado pelo governo de Bolsonaro. Estrategista, Lula, ao trazer Alckmin, desarticula a reaproximação em massa da direita conservadora e ultraconservadora, como aconteceu no pleito de 2018, o que deu vitória em 2º turno à retórica contra os movimentos populares e às esquerdas ditas “comunistas”, sinalizando desde então a presença explicita do neofascismo à brasileira.

Os fatos históricos registrados em boa parte pela imprensa alternativa revelam que a onda contra o governo petista começou ainda em 2013 na tentativa de inviabilizar a reeleição de Dilma Roussef no pleito de 2014. Não logrando êxito, o movimento se intensificou com a chamada “pauta bomba”, liderda pelo senador derrotado, Aécio Neves/PSDB, para inviabilizar ações do governo no Congresso. Com a apoio de setores da imprensa e do judiciário, nasceram as manifestações pelo impeachment de Dilma, surgindo então o embrião do movimento neofascista que afunilou na figura de Jair Bolsonaro, elegendo-o em 2018 em um conturbado processo eleitoral.

Que fazer?  Apenas polarizar com Bolsonaro seria de longe a estratégia petista, mas ampliar, como fez Lula em 2002 ao trazer para a vice-presidente, José Alencar, à época filiado ao PL, (partido que hoje abriga Jair Bolsonaro na disputa à reeleição),  deixa clara a estratégia conduzida por Lula.

Muito além de buscar a reaproximação com mercado financeiro e com empresariado brasileiro tendo Alckmin na chapa, a chamada “reconstrução do país”, promete ações políticas em favor da vida dos brasileiros, do patrimônio estatal, do fortalecimento da economia, da defesa do meio ambiente, dos movimentos populares e das minorias, entre outros setores desconstruídos pelo atual governo sob um viés excludente e fascista.

Ao ampliar mais uma vez para o centro, Lula certamente entende que essa é a alternativa eleitoral mais viável para unir o país em favor da democracia e do respeito às instituições, contraponto assim, à insistência fascista e antidemocrática que vem tomando corpo com o bolsonarismo em função do fanatismo e da desinformação.

Da redação